Yoga Shankara

Partilho um pouco do que tem sido o meu percurso no yoga, para me ficarem a conhecer melhor.

 

Apaixonei-me pela prática numa tentativa de perceber o que estava para além deste nosso corpo físico. A origem da minha relação/ligação ao yoga e à terapia ayurvédica perde-se um pouco no tempo. Em criança, já fazia muita atividade física intercalada com o estudo do piano, buscando bem-estar, estabilidade emocional, quietude e concentração mental para todos os projetos que faziam sentido na minha vida.

Como gosto do Ser Humano, estou sempre em busca de poder ajudar quem procura auxílio, o que me impulsionou a investigar, ao longo dos anos, um método de Reeducação Postural e um trabalho dinâmico no corpo inteiro, com base em estiramentos e alongamentos semelhantes a posturas de yoga, como a Ayuryoga Massagem, enriquecendo assim os meus conhecimentos como professora de yoga aumentando a capacidade de melhor concretização dos ásanas.

Assim, após dois anos de estudo e prática, finalizei a minha formação para instrutora de yoga em 2007, na Associação Lusa de Yoga. Em 2008, finalizei um curso de 50 horas incluindo teoria e prática de Ayuryoga Massagem, orientado pela formadora Regina Kinser.

 

Enquanto praticante, tive a alegria de me cruzar e conhecer o meu marido Miguel, também professor de yoga, que me deu todo o apoio e inspiração para criarmos em conjunto um estúdio de yoga, onde pudéssemos ensinar e colocar em prática estas técnicas ancestrais e maravilhosas de autoconhecimento.

Entretanto, fiz alguns cursos sobre medicina ayurvédica com o Dr. Sandeep, médico ayurvédico certificado, que hoje em dia me permitem ter uma perceção  da importância do biótipo/Dosha de cada um dos nossos alunos e a forma como ajustar a prática, às suas necessidade bioenergéticas, orgânicas e estilo de vida de cada um.

 

Quando oriento a prática aos alunos do Shankara, todos com motivações diferentes e em busca de objetivos diferenciados, estou lá para todos de coração aberto, com muita humildade e carinho. Todos partilhamos a prática e a energia de grupo e nada se inventa, pois o yoga vem de há muito, é atemporal mas livre na sua essência.

 

Sempre que consigo, dou um pulinho à prática e coloco-me no papel do aluno, com professores como: o Prof. Simão Monteiro, Prof. Pedro Kupfer e o Prof. Miguel Homem, que me inspiram muito e fazem de mim melhor professora a cada dia.

Recordo uma frase do Prof. P. Kupfer:  «os professores de yoga são como as abelhas», vão colhendo conhecimento aqui e ali para fazer o seu próprio mel, criando uma prática sólida e regular que faz sentido.

 

Concluindo, percebo que o yoga não é uma cura milagrosa para todas as nossas limitações, mas sim uma ferramenta fantástica para viver de forma plena e consciente de quem somos realmente. Com a prática das posturas tornamo-nos mais conscientes do corpo que temos e vamos ter amanhã, o que se reflete numa sensação de estabilidade, clareza mental, calma e equanimidade.

Este autoconhecimento começa com o entusiasmo pelos ásanas, aquelas posturas espetaculares que vemos nos manuais do yoga, semelhantes a uma exibição circense de contorcionismo, porém vamos percebendo como o conteúdo dos nossos pensamentos influencia todos os nossos relacionamentos. Quando percebemos a mente que temos, vamos conseguir conduzi-la para aquilo que faz sentido nas nossas vidas, antecipando-nos aos gostos e aversões da mente. A prática é muito mais do que um exercício físico para o corpo: ela produz uma grande transformação na nossa vida e nas relações que estabelecemos com o mundo, uma vez que muda o padrão dos nossos pensamentos.

 

Como diz uma sábia citação: «Observa os teus pensamentos, eles tornar-se-ão as tuas palavras; observa as tuas palavras, elas tornar-se-ão as tuas ações; observa as tuas ações, elas tornar-se-ão nos teus hábitos; observa os teus hábitos, eles tornar-se-ão no teu carácter; observa o teu carácter, ele tornar-se-á no teu destino»

 

 

Elsa Morais